Pequenas Passagens

Pequenas Passagens






















Certas coisas são difíceis de esquecer.

Ainda mais se as mesmas alteram toda uma vida.

Interlagos.

2008.

A última etapa daquela temporada segue sendo uma ferida aberta.

Para a torcida brasileira.

Para a torcida italiana.

Para a Ferrari.

E, principalmente, para Felipe Massa.

Um título que poderia ter mudado a carreira do piloto brasileiro.

Porque pertencer a galeria dos nobres faz toda a diferença.

Massa ao relembrar aquele ano tem mais mágoa por Singapura e o
escândalo do muro do que qualquer outra coisa.

Mas a corrida no Brasil teve requintes de crueldade.

E sempre traz dúvidas sobre a última volta.

Massa cruzou a linha de chegada como campeão.

Lewis Hamilton precisava de forma desesperada ganhar uma posição
para mudar a história.

Aparece então o personagem de Timo Glock.

O alemão abre sua derradeira volta se arrastando na pista.

Fez um giro horroroso.

Olhando a câmera on board nos passa a impressão de estar passeando.

Ele conseguiu ser cerca de vinte segundos pior do que em sua volta
anterior.

Vinte!

Por consequência disso foi ultrapassado por Sebastian Vettel, Hamilton
e mais três retardatários.

Dessa maneira Lewis alcançou seu primeiro título.

Deixando Massa com um amargo segundo lugar.

As dúvidas.

Apesar da situação (asfalto molhado, pneu desgastado), o giro de Glock
não poderia ter sido melhor?

Houve desinteresse por parte do alemão da Toyota?

Perder tanto tempo em relação a volta anterior não levantaria uma suspeita
válida?

Perguntas.

Entretanto temos um dado crucial e extremamente relevante.

Quando comparamos o desempenho de Glock com seu companheiro Jarno
Trulli.

Já que ambos estavam em condições praticamente iguais.

E surge a surpresa.

Ao olharmos o tempo de Trulli na volta final todas as questões são respondidas.

As pessoas acham a verdade bonita, mas ninguém gosta muito dela.

Os tempos dos dois pilotos da Toyota não são parecidos.

São idênticos.

Até mesmo nos milésimos!

E, como sabemos, os números contam sempre a verdade.

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