Podemos afirmar que houve uma quebra.
Uma ruptura.
A mudança está diante dos olhos.
Não percebeu?
A assinatura de Sergio Perez com a Red Bull para a temporada de 2021 e, após isso, sua renovação até 2024 explicitou que a equipe austríaca confirmou que vivemos novos tempos.
O mexicano não era a primeira opção.
O alvo era Valtteri Bottas.
Sólido e acumulador de pontos.
Mas Toto Wolff não queria fortalecer as linhas inimigas.
A tinta do contrato nem secou e o finlandês já havia assinado com a Alfa Romeo.
George Russell poderia chegar com as coisas, ou Bottas, num lugar seguro.
Helmut Marko tentou atrapalhar.
Disse que, caso a Mercedes demorasse, contrataria Russell.
Uma cortina de fumaça para acelerar o processo de liberação de Bottas.
Toto foi mais sagaz.
Marko ainda queria um experiente ao lado de Max Verstappen.
Perez estava sem equipe.
E havia o dinheiro.
O piloto mexicano traz consigo 100 milhões de reais / ano através de patrocinadores.
Mesmo assim perdeu a cadeira na Aston Martin para Sebastian Vettel.
(para entender o tamanho do piloto alemão)
Aí está a quebra.
Perez nunca foi um piloto da Academia Red Bull.
Assim como a primeira escolha, Bottas, também não é.
Uma bronca.
Explico.
A alteração na linha de montagem bloqueou a promoção de pilotos ligados a marca dos energéticos.
Um programa que demanda muitos recursos.
Hoje a Red Bull possui cerca de uma dezena de pilotos juniores.
Desde o Kart até a F2.
Um investimento de 260 milhões de reais / ano amiguinhos!
É muito dinheiro na preparação de candidatos que não chegarão a lugar algum.
Qual a razão disso?
Não é difícil de entender.
Primeiro de tudo, a Red Bull não precisa de quatro pilotos.
Contando com a Alpha Tauri.
Ela precisa de um só.
Antes era Sebastian Vettel.
Estava tudo tranquilo.
Até que o sonho de seguir os passos de Michael Schumacher na Ferrari fez Seb dizer adeus.
Detalhe.
Ele tinha 26 anos.
E poderia estar na Red Bull até hoje, com 34 anos.
A saída de Vettel trouxe um grande problema e fez a equipe procurar um substituto.
Mesmo sem idade ou rodagem para tal empreitada, um garoto chamava a atenção.
Max Verstappen foi então colocado no carro.
Incrível.
Deu certo.
O piloto holandês é um fenômeno.
A Red Bull conseguiu seu piloto número um.
Um campeão mundial.
E com apenas 24 anos!
Escaldados com o caso Vettel, renovaram com Max até 2028.
Verstappen ao final de seu acordo estará com 31 anos e a Red Bull espera que nesse período já terá encontrado seu substituto.
(um menino que hoje deve estar com 15 anos mais ou menos)
Perceba como seria o mesmo caminho se Vettel tivesse permanecido...
Tendo seu principal piloto, a Red Bull só precisa de um escudeiro ao lado dele.
Não é hora de incentivar jovens famintos.
Pois só há alimento para Verstappen.
Sei que você já entendeu que haverá muitos órfãos.
Percebendo a situação, Pierre Gasly se movimenta.
Helmut Marko não quer perdê-lo.
E o incentiva a permanecer na Alpha Tauri dizendo que não enxerga outra perspectiva para o francês.
Gasly está com os pés no chão e conformado de não poder disputar contra o dinheiro de Perez.
E reconhece os predicados do mexicano:
"Ele (Perez) preenche todos os requisitos de segundo piloto. Está se saindo bem, é rápido, tem APOIO FINANCEIRO, experiência e traz bons feedback para a equipe (...)"
Pierre olha a McLaren (Ricciardo) e a Alfa Romeo (se Zhou não trouxer o dinheiro combinado).
Se for embora da Alpha Tauri, Alexander Albon seria a escolha lógica para ocupar seu espaço.
Abrindo vaga para um noviço da academia Red Bull alcançar a Fórmula 1.
Agora, olhando o cenário como um todo.
A situação da Red Bull / Max Verstappen pode se repetir.
Na Ferrari com Charles Leclerc (24 anos).
Na Mercedes com George Russell (24 anos)
E na Alpine com Esteban Ocon (25 anos) / Oscar Piastri (21 anos)
Podendo estabilizar o mercado de pilotos por muitas temporadas.
Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Fernando Alonso estão finalizando suas passagens pela categoria máxima do automobilismo.
A hora da nova geração parece ter chegado finalmente.
Os jovens ocuparão os espaços dos antigos campeões.
Nem todos os jovens, claro.
Já que muitos são chamados e poucos são escolhidos.
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