Peter Collins

Peter Collins



























Ele era o parceiro de Mike Hawthorn.

Companheiro de festas.

De aventuras.

Isso mesmo.

Para Peter Collins a corrida era apenas mais uma aventura.

Não havia compromisso.

Tudo fazia parte do lúdico.

Collins era do time dos bem-nascidos.

O mundo era dele.

Ainda jovem, na Inglaterra, foi expulso da escola.

Matava aulas para ficar futucando carros.

Começou a vencer provas locais e logo se destacou entre seus pares.

Em 1952 chegou a Fórmula 1.

Com pouco mais de vinte anos.

Passou pela Vanwall e Maserati.

Na Ferrari encontrou Juan Manuel Fangio.

É aí que aparece um ato de desprendimento sem igual.

Final da temporada de 1956.

Na Itália os dois pilotos da Scuderia Italiana brigavam pelo título.

Collins precisava fazer sua parte: vencer a prova.

E ainda contar com a sorte para ter chances.

Fangio não podia terminar a corrida.

Um infortúnio de seu companheiro de equipe seria bem vindo.

Os dados foram lançados.

O carro do argentino quebrou.

Collins só tinha Stirling Moss na sua frente.

Durante a parada de reabastecimento, Collins olhou para Fangio
parado no box.

Sem hesitar, o inglês desceu do carro e cedeu seu lugar.

O regulamento da época permitia.

Juan Manuel Fangio chegou ao título.

Em meio a milhares de perguntas, Collins se justificou.

"Ele merecia vencer. 

Ainda tenho muito tempo."

Não tinha.

A partir daqui a história fica dramática.

Os dois anos seguintes seriam os últimos de sua vida.

E Peter Collins os viveu intensamente.

Conheceu Lousie King e em uma semana eles se casaram.

Levou a atriz americana, filha de diplomata, para morar com ele
em Mônaco.

No Mipooka, seu iate, ele Hawthorn selaram um acordo em 1958.

Um pacto.

Não importava mais quem chegasse em primeiro.

Os prêmios seriam sempre divididos entre eles.

Isso trouxe uma rivalidade com o piloto italiano Luigi Musso 
dentro da Scuderia Italiana.

O Commendatore não tomou partido.

Só queria saber das vitórias.

Em Reims, Musso estava pressionado.

As dívidas estavam altas demais.

Precisava da vitória.

Do dinheiro.

Fiamma, sua namorada, acompanhava tudo e sofria junto.

O italiano andou acima de seus limites e acabou se acidentando.

Mesmo sendo levado ao hospital, não resistiu.

No hotel, a equipe Ferrari recebeu a notícia de sua morte.

Hawthorn foi o vencedor da prova.

E comemorou com Collins.

E muita cerveja.

Fiamma não se conformava.

"Aquilo não estava certo".

Ela dizia.

Menos de um mês depois a parceria dos ingleses acabaria.

De forma trágica.

Em Nurburgring, Hawthorn assistiu ao acidente de Collins.

O piloto inglês, assim como Musso, morreu no hospital.

Hawthorn, amargurado, viveu apenas por mais seis meses.

Com o fim dos inimigos, Fiamma se sentiu liberta.

"Eu odiava os dois. 

A morte deles me trouxe paz."

Tantos sentimentos.

Num esporte que exalta a mecânica.

A engenharia.

A tecnologia.

E parece frio.

Nobreza, cordialidade, amor, intriga, rivalidade, desejo de vingança.

E ódio.

Existe coisa mais humana que a Fórmula 1?

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