O Rei Abstruso

O Rei Abstruso

 











Fernando Alonso tomou o trono de Michael Schumacher.

Todos se perguntavam qual piloto alcançaria tal façanha.

O asturiano lutou e derrubou as barreiras.

Estava acostumado.

Sempre havia sido assim.

Desde a base, matou um leão por corrida para garantir o apoio de seus patrocinadores.

Dois títulos na Fórmula 1.

Anos de glória.

Passado.

Eternos somente para as fanáticas. 

Imprensa e torcida espanhola.

Que idolatram o piloto.

O depois não foi gentil com ele.

Uma primeira passagem desastrosa na McLaren.

Um erro crasso ao subestimar um jovem e noviço Lewis Hamilton.

Não estava sozinho.

Todos os mecânicos sob o comando de Ron Dennis queriam estar futucando o carro de Ferdi naquela temporada.

Ele era o cara.

Não era.

Retornou para a Renault e para a acolhida de Flavio Briatore.

Nada aconteceu.

E para piorar surge a mancha no muro de Singapura.

Um escândalo.

Como consequência desses descaminhos, vários aventureiros ocuparam cadeira do rei.

Raikkonen, Hamilton, Button...

A ordem precisava ser reestabelecida.

As coisas foram organizadas e acordos foram selados.

Alonso e a Ferrari estavam prontos para voltar ao palácio.

Mas o campeonato de 2010 foi um dos mais disputados de todos os tempos.

E qualquer erro ao final seria fatal.

Mônaco, Spa-Francorchamps e a inépcia atrás de Petrov cobraram seu preço.

A nova chance em 2012 também escaparia.

Bélgica (novamente) e a pista japonesa.

A Fórmula 1 vivia sob reinado de Sebastian, implacável em seu tempo.

Alonso continuava desmoronando.

Não era um agregador dentro das equipes.

Há dois fatos simbólicos.

A demissão abrupta em 2011 de Aldo Costa (Ferrari) na Espanha.

Quando, em casa, Alonso tomou uma volta de Vettel.

Ross Brawn rapidamente convocou  Aldo para as fileiras da Mercedes.

Costa é uma das peças responsáveis pelos oito títulos das Flechas de Prata.

O segundo foi na McLaren.

Quando a equipe renovou sua antiga parceria com os japoneses.

O piloto não suportou o período de aprendizado.

E dava munição para a s críticas.

Para lembrar.

Schumacher de 1996 até 1999 aguentou os anos difíceis para colher frutos históricos.

Alonso ajudou a Honda a cair nos braços da Red Bull.

E assim viu Max Verstappen conquistar a fortaleza imbatível de Hamilton.

Escolhas.

Caminhos.

Lá se vão 16 anos do último título de Alonso.

O piloto no crepúsculo de sua carreira precisas testemunhar os times de fábrica fechando as portas na sua cara.

Mercedes descarta Alonso.

Ferrari não tem em seus planos o retorno do espanhol.

Red Bull está feliz com sua dupla.

São as manchetes.

Ao mesmo tempo, jovens da academia Alpine / Renault pedem passagem.

O ocaso de uma estrela.

Um piloto, quase sem defeito algum, que foi derrotado por um personagem difícil.

O talento permanece.

Mas ninguém hoje quer lidar com a carga (Briatore e os bajuladores) que vem junto do pacote.

Maquiavel define bem e ajuda a entender.

"A melhor maneira para estimar a inteligência de um rei é olhar para 

os homens que estão à sua volta.”

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